Um Lugar Silencioso Parte II: Uma bela continuação

 

Título Original: A Quiet Place Part II
Título no Brasil: Um Lugar Silencioso Parte II
Diretor: John Krasinski
Roteiro: John Krasinski

Cheio de tensão e com a sensação que algo ruim pode acontecer a qualquer momento, Um Lugar Silencioso Parte II segura o espectador pela mão e chacoalha a todo momento fazendo com que você se segure na cadeira. 

Depois da morte de Lee no primeiro filme e a descoberta da família Abbot sobre a fraqueza dos monstros, entramos nessa aventura torcendo por seus personagens e esperando que eles fiquem bem.

O filme inicia mostrando o primeiro dia que as criaturas alienígenas surgem na Terra e como a família Abbot e um conhecido deles lidaram com isso. Apesar dos poucos minutos iniciais apresentando esse conhecido somos apresentados novamente a ele quando a família acaba caindo em uma armadilha e precisa de ajuda.

A partir disso descobrimos que Evelyn estava procurando esse conhecido desde da sua decisão de partir da fazenda que abrigava sua família no primeiro filme, mas  esse conhecido não é tão amigável quanto aparenta. Emmet interpretado por Cillian Murphy é o homem apresentado em todos os pôsteres. Duro pela perda de sua família e sem fé nenhuma nas pessoas, ele acredita que não vale a pena salvar ou ajudar ninguém que restou.
 
Já Regan, a filha de Evelyn, tem fé que precisa ajudar o máximo de pessoas possíveis.

Quando um sinal surge e Regan consegue interpretar, ela parte numa jornada decidida ajudar o máximo de pessoas que puder. Seu irmão Marcus machucado e traumatizado está ansioso apenas para se manter seguro, enquanto Evelyn como toda mãe está preocupada com a segurança de seus filhos e encontrar outras pessoas.

Com Regan em fuga, Emmet é forçado ir atrás da garota e após ser convencido a ajudar a garota os dois passam a ter sua própria aventura lembrando muito histórias como The Last of Us, The Witcher, God of War entre outras narrativas do homem duro e a menina esperançosa ou teimosa que reforça a fé mesmo em momentos difíceis. Tanto Regan quanto Emmet se mostram certos em seus pontos de vistas já que num mundo tão dividido e com todos lutando para sobreviver eles encontram pessoas esperançosas, boas que os ajudam e pessoas dispostas ao pior.

Outro ponto interessante entre a dinâmica desse relacionamento é que Regan sendo surda e Emmet não sabendo linguagem de sinais conversam com leituras de lábios e reforçam mais ainda os diálogos e momentos de amizade e esperança que surge entre eles.

John Krasinski merece destaque para seu primeiro filme e essa sequência. Como diálogos são quase inexistentes, estabelecer tensão e conexão é um ponto forte do diretor, não foram poucas as cenas que fiquei ligada na tela torcendo para os personagens e os cortes entre os pontos de vistas e entre as cenas de tensão me deixavam mais colada ainda para que a família não perdesse nenhum membro.

O filme termina com um ponto em aberto que pode ser uma perspectiva para um terceiro filme ou aberto para imaginação do público, de qualquer forma, Um Lugar Silencioso Parte II crava sua estaca como uma continuação tensa de uma família procurando conexões em meio ao silêncio.



Vanessa de Oliveira
Instagram: @nessagsr

A Guerra do Amanhã: Uma mistura que deu certo

 

Título Original: The Tomorrow War
Título no Brasil: A Guerra do Amanhã
Diretor: Chris McKay
Roteiro: Zach Dean

A Guerra do Amanhã é uma salada de frutas de referências de vários filmes de ficção científica, bebendo muito de No Limite do Amanhã e Cloverfield.

O novo filme da plataforma Prime Video apresenta Chris Pratt, ou melhor, Dan Forrester o protagonista dessa trama alienígena. Quando o mundo inteiro descobre que o futuro está em jogo devido a monstros alienígenas, Dan é convocado para lutar numa guerra no futuro. Uma guerra na qual ele está consciente que não existe chance de vencer e que está indo assinando sua sentença de morte.

Trinta anos no futuro junto com alguns soldados e muitos civis despreparados, Dan é jogado em meio a um campo minado de monstros, bombas e uma guerra no meio de uma Miami destruída. É com as instruções da coronel vivida pela atriz Yvonne Strahovski que ele é guiado para uma missão de resgate de alguns soldados e recuperação de alguns objetos em laboratório.

Aqui vale um grande destaque para as cenas escuras, com fumaças e binóculos que geraram antecipação para os monstros. A sensação de urgência durante toda a primeira parte (a segunda também) foi muito bem feita. Quando os monstros finalmente foram mostrados, não eram assustadores, mas sua estética parecida com Cloverfield colaborou muito para o ar de "ferocidade."

Os minutos iniciais do filme estabeleceu a dinâmica familiar de Dan. Um tema que carregou toda a trama, mesmo a história sendo de ficção científica, paternidade é o tema central do filme e ressoa por todos os lados. Essas dinâmicas foram exploradas na relação de Dan com seu pai e a relação de Dan com sua filha Muri.


Certos personagens aparecem e desaparecem com alguma frequência, quando eles morrem não tem nenhuma importância para o público porque não foi criado conexão. Houve várias vezes que me peguei pensando que certo personagem tinha morrido porque sumiu e eu tinha me esquecido. Alguns minutos depois esse personagem morre em outra cena.

O visual do filme está lindo, prédios destruídos, fogo para todo lado. Soldados gritando, tiros e monstros matando pessoas.

A Guerra do Amanhã é aquele filme que você senta e curte, um filme pipoca bem divertido de ficção científica. Tentei várias vezes analisar cenas, fazer conexões porque amo isso, mas me perdia no sentido de urgência dos personagens, na velocidade da trama e no tanto que torcia para o Dan conseguir voltar bem.

A única escorregada do filme é seu terceiro ato que parece diminuir um pouco a velocidade ao dar um ar de desesperança para Dan. Funciona para o que propõe, mas é quase um golpe para o ritmo super acelerado na qual tudo estava andando (não entenda errado, não ficou lento, só deu um passo para trás - para você ter ideia da velocidade que o negócio estava indo). 

Com mais acertos que erros, A Guerra do Amanhã é uma super aventura de ficção científica que soube beber de referências e manter uma história emocionante com temas como paternidade e morte. Sendo ágil com um lindo visual, o filme mantém você entretido enquanto te faz torcer pelos seus personagens e pela união da família.



Vanessa de Oliveira
Instagram: @nessagsr