Autora: Djamila Ribeiro
Editora Companhia das Letras
Páginas: 136
Hoje, 13 de maio, é o Dia da Abolição da Escravatura no Brasil e eu poderia dizer neste texto que é um dia para celebrar o fim da escravidão, mas sabemos que o racismo não acabou junto com a instauração da Lei Áurea, o racismo ainda existe e não há nada para celebrar, mas sim lutar.
Neste sentido, é muito importante que as pessoas espalhem o discurso antirracista e usem suas vozes para falar sobre o tema. E como blog de literatura, nada mais justo do que indicar uma leitura para vocês.
“Não me descobri negra, fui acusada de sê-la” – Joice Berth
O livro Pequeno Manual Antirracista destrincha as estruturas do racismo de forma MUITO didática. Acredito que esse foi o livro mais didático que li sobre o tema (até agora), é realmente uma introdução a tudo que envolve a desigualdade racial entre pretos e brancos.
A escrita de Djamila Ribeiro não é densa, em algumas horinhas é possível finalizar a leitura com um bom entendimento. Nos 11 capítulos a autora fala em se informar sobre o antirracismo, dar visibilidade a negritude, o racismo internalizado e no ambiente de trabalho, a importância de consumir produção feita por pessoas negras, entre outros temas que são peças-chave para entender o sistema.
Uma parte que me pegou bastante durante a leitura é quando Djamila fala que “foi ensinada que a população negra havia sido escrava e ponto”. Realmente, não me ensinaram que existiram vidas antes de toda essa tragédia, na escola minha professora não contou sobre os reis africanos, sobre a riqueza da cultura dos meus antepassados. Fomos sempre colocados nos papéis de vítimas e de marginalizados. Fomos muito mais que isso, o povo negro foi e ainda é resistente, nossa luta é diária.
“É importante que se tenha uma preocupação real em não desrespeitar os símbolos de outras culturas”
Outra questão importante é o lugar de fala, aqui nesta obra o tema não é aprofundado, mas a autora tem um livro direcionado a esse assunto (Lugar de Fala, 2017). Todos nós temos lugar de fala sobre qualquer assunto, inclusive sobre esse. Brancos não só devem como precisam discutir o racismo, mas claro, levando em conta o seu lugar social. Até porque essa é uma opressão praticada e incentivada por pessoas brancas, que chega ao ponto de pessoas negras reproduzirem discursos opressores.
“O racismo é algo tão presente em nossa sociedade que muitas vezes passa desapercebido”
O antirracismo precisa ser discutido desde a infância, exemplo: se a minha escola tivesse me passado a verdadeira história dos povos negros, se eu tivesse sido ensinada sobre a pluralidade da minha raça, eu teria tido um ensino antirracista, e com certeza, teria descartado estereótipos que colocam sobre a minha cor.
Ser antirracista é assumir uma postura incômoda, é questionar e não aceitar que opressões continuem acontecendo. “O silencio é cumplice da violência”.
Por isso, mais do que nunca, indico essa leitura a todas as pessoas que não sabem por onde começar a estudar. Não há desculpa para reproduzir falas racistas por aí, o que não faltam são pessoas negras denunciando, escrevendo e ensinando sobre o tema. Pesquise. No final deste livro você encontra referências bibliográficas riquíssimas.
Lembrando que, como a própria autora diz, nós não somos Wikipédia e não temos a obrigação de explicar tudo a hora que a pessoa branca quer. É para isso que existem os LIVROS.
Bruna Domingos
Instagram: @brunadominngos
Oi, Bruna. Como vai? Tenho enorme curiosidade em ler este livro, pois parece-me muito esclarecedor e profundo, embora possua poucas páginas. Sua resenha ficou incrível. Adorei. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Parece um livro muito bacana, onde mostra uma realidade pouco conhecia para muitas pessoas, vou colocar na lista de livros para ler.
ResponderExcluirBeijos.
https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/
Oi Bruna,
ResponderExcluirAinda não li, mas está na lista. Acho que informação nunca é demais e não podemos ignorar a situação. Chegaaaaaaaaa!
beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com/
Oi Bruna,
ResponderExcluirAchei bacana que por mais que seja um livro didático, ele não é difícil de entender, e a leitura me parece fluída ao mesmo tempo em que o leitor vai aprendendo. Ótima dica de livro e achei bacana sua atitude em usar o blog como divulgação diante de um dia tão importante.
Beijo, Blog Apenas Leite e Pimenta ♥
Olá, Bruna.
ResponderExcluirAcredita que ainda não li nada da autora mas morro de vontade. Preciso encaixar na lista. Infelizmente não é só o racismo que continua mas a escravidão também. Mas tudo muito bem disfarçado. E precisamos ler sobre o assunto sim porque ninguém nasce sabendo e só com muito aprendizado que vamos mudar nossa atitudes.
Prefácio
Oi Bru, tudo bem?
ResponderExcluirComo você disse, não tem mais desculpas para reproduzirmos preconceito e ignorância, não faltam bons materiais que tratem do tema. Esse livro é fantástico e é uma aula para introduzir esse assunto com pessoas que ainda não fizeram o movimento de repensar suas atitudes.
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
Oie Bru!!!
ResponderExcluirEsse livro está na listinha por motivos de : conhecimento nunca é demais! E se podemos aprender a ser mais respeitosos e empáticos com as pessoas, e não fazer comentários que a gente não acha que é racista, por exemplo, mas é, então é super válido!!
Beijos!
Pâm
Blog Interrupted Dreamer
Amei a resenha e faz tempo que quero ler esse livro. Tem muito da história que não foi contado e que sempre abre espaço para pessoas demonstrarem ainda mais seu preconceito e ignorância, e nenhum pessoa negra tem que ficar ensinando nada, uma vez que tem tanta informação de fácil acesso.
ResponderExcluirbeijos
https://www.dearlytay.com.br/
Eu achei muito legal de sua parte aproveitar para falar sobre esse assunto, nesse dia tão marcante. De fato a luta não terminou no dia da Lei Áurea, ela continua ainda nos dias de hoje. Eu também me lembro de que nas épocas de escola o povo negro era apenas os pobrezinhos que foram escravizados e depois foram felizes para sempre quando teve a abolição. Mas ninguém falou sobra a vida da população africana antes de serem escravos, muito menos como foram os bastidores da assinatura da lei. Não foi uma luta bonitinha com flores e paz, foi uma luta de sangue e guerra de muita gente. E concordo com você, se assuntos como esse fossem melhor detalhados na escola, as novas gerações teriam uma cabeça mais liberta de estereótipos.
ResponderExcluirBjks!
Mundinho da Hanna
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Que bacana essa dica, deve ser um livro super interessante, já fiquei interessado em conferir
ResponderExcluirBlog Entrelinhas
Esse livro sem dúvidas deve ser muito enriquecedor! Já coloquei na lista para ler em breve!
ResponderExcluirBeijinhos,
cafecommands.blogspot.com
instagram.com/mandsreads
Oi Bruna,
ResponderExcluirEsse é um assunto importante e que tem que ser divulgado mesmo.
Espero ter a oportunidade de ler esse livro logo.
Boas leituras,
Karen Gabrieli | Apesar do Caos