Música para ler: canais e playlist


O ato de ler é algo extraordinário quando se tem o hábito, e sabemos que cada pessoa tem seu jeito de realizar as leituras do dia a dia. Alguns gostam do absoluto silêncio, outros preferem colocar uma musiquinha de concentração ao fundo e tem os corajosos que conseguem ouvir música com letra enquanto lê. Eu, na adolescência, era do time dos corajosos, mas hoje eu consigo ler apenas com uma musiquinha de concentração para focar melhor.

E você, a qual time pertence?

Hoje, eu trouxe algumas sugestões de músicas disponíveis no YouTube para ler horas e horas, são músicas calminhas para ouvir baixinho enquanto lê ou estuda.

Aproveito também para indicar uma playlist que sigo e ouço no Spotify quando estou lendo, são só instrumentais, e para quem curte, eu garanto que ajuda muito.

Puuung

Este canal é perfeito em todos os sentidos, além de ter vídeos para ler e estudar, tem curtas com historinhas que deixam o coração quentinho e mostram como o amor está nos pequenos detalhes.


Lofi Girl

Bom, acredito que quase todo mundo conhece esse canal, ele fica 24h no ao vivo tocando músicas relaxantes para ler, estudar e até dormir. Este foi um dos primeiros canais que comecei a acompanhar para realizar leituras.

E tem algumas versões BR também, mas as músicas selecionadas têm letra, então, acredito que seja mais para relaxar. Clique aqui para ouvir.


Impressões de Maria

Para quem ainda não conhece, a Maria, do blog Impressões de Maria, tem um canal no YouTube e lá ela já fez alguns vídeos de sprint de leitura. São 30 minutos que você pode separar no dia para ler junto com ela, acompanhados de uma música calminha para se concentrar.



Instrumental Study

Bom, essa é a playlist do Spotify que ouço quando uso o celular para deixar o som rolando. São só instrumentais com músicas calmas e que me ajudam bastante a manter o foco.


Você conhece algum outro canal ou playlist que tem músicas para leitura ou realiza sprints? Deixe sua sugestão nos comentários!

Bruna Domingos
Instagram: @brunadominngos

Resenha: O avesso da pele

Título: O avesso da pele
Autor: Jeferson Tenório
Editora Companhia das Letras
Páginas: 192

Há alguns dias eu publiquei no meu Twitter que o livro O Avesso da Pele é dilacerante. Hoje, eu ainda não tenho outra palavra para descrever o que senti enquanto lia essa história. Do início ao fim, mas principalmente no fim, a narrativa conseguiu trazer dores que eu nem sabia que tinha, mas estavam lá. Esperando alguém falar sobre.

Nesta obra, Jeferson Tenório traz a vida de Henrique, um homem negro que cresceu em Porto Alegre, que como é descrita no livro, uma das cidades mais racistas do país. Mas a história não recebe o ponto de vista de Henrique, mas sim do Pedro, seu filho, um rapaz que fala sobre o pai e a mãe como forma de passar pelo luto e entender o que de fato o levou até ali e a ser quem é.

O Avesso da Pele destrincha sobre a dor da perda, violência policial, descaso na educação, racismo recreativo e estrutural. Henrique era um homem negro que desde a infância passou pelos percalços do que é ser definido apenas pela raça no Brasil. Ele viu a violência acontecendo dentro e fora de casa.

A trajetória de Henrique é parecida com as de muitos negros no país, desde muito cedo ele sofria com abordagens policiais e com a discriminação. Não entendia o porquê sempre acontecia com ELE, sempre com ELE e não com o cara branco do seu lado.

Conforme foi crescendo, suas relações amorosas até pareciam boas, as piadinhas não incomodavam, pois é o que acontece quando não se entende sobre a pauta racial. Não é fácil entender que o tapa pequeno fortalece a violência maior.

“Resistir fazia parte da sua vida e você nunca havia se questionado por que as coisas eram assim. Nunca se questionou por que era pobre, nunca se questionou por que vivia sem pai. Nunca se perguntou por que a polícia o abordava na rua com tanta frequência”

Mas Henrique passou a entender as raízes do problema quando conheceu o professor Oliveira, foi quando ouviu a palavra “negritude”. Seus olhos foram se abrindo e se dando conta da gravidade que era ser negro.

Os personagens neste livro são incrivelmente reais, as descrições de sentimentos e atitudes feitas pelo autor tornou tudo muito verdadeiro. É impossível gostar muito de um personagem e odiar outro, porque não existem vilões além do racismo, são apenas pessoas que vivem a consequência do que é ser negro no Brasil.

O Avesso da Pele é uma leitura necessária, principalmente para pessoas que querem se contextualizar sobre a realidade do negro no país.

Agradeço a Companhia das Letras pela oportunidade de ler Jeferson Tenório, essa leitura fez parte do desafio que fizemos no início do mês, 5 Livros Nacionais em 5 Dias.

Bruna Domingos
Instagram: @brunadominngos

Atualizações de Março - Filmes e Séries

Março foi um mês com mudanças que pareciam sutis, mas que acabaram alterando várias coisas na minha rotina e até mesmo em coisas pequenas que costumava fazer. Com isso entrei numa ressaca literária e meu ritmo de leitura desacelerou (quase parou).

Fiquei gripada e com forte alergia (não foi covid, só gripe mesmo). Só estou conseguindo retornar aos poucos agora e me acostumando as mudanças e ajustando para encaixar o que preciso para tudo ficar como deve ser entre minhas obrigações.

Saí da ressaca literária com o livro Depois do Stephen King que trarei a resenha em breve para vocês.

Como a recomendação para gripe é ficar em casa por 14 dias, água e repouso por causa da baixa imunidade e não ter outros perigos durante a pandemia. Passei um tempo assistindo alguns filmes e atualizando séries.

Trouxe para vocês as atualizações de março de séries e filme, desde novos até aqueles que reassisti.


                                                                              SÉRIES

Station 19 é a série que mais mantenho atualizada. Com seus altos e baixos, a série teve uma segunda e terceira temporada excelentes, aprofundando mais em seus personagens. 

A terceira temporada abordou muito a questão dos imigrantes no país e a quarta temporada está indo forte no covid e a questão racial. Enquanto muitas séries estão dando uma pincelada, Station 19 e Grey's Anatomy estão indo fundo em temas atuais sem esquecer dos dramas de seus personagens, ação e os romances que nos fazem grudar na tela.


WandaVision também foi maratonado e ganhou texto no blog, assim como aproveitei para rever A Maldição da Mansão Bly. Superman & Lois já ganharam um texto de primeiras impressões sem spoilers que vocês podem conferir aqui. 
Depois do final de The 100 e como a CW tem trabalhado seriados de super heróis, Superman & Lois chegaram como uma novidade surpreendente. É maravilhoso, tocante e toda vez que me estresso com os irmãos eles se mostram mais maduros do que imagino, as vezes mais maduros do que o antigo Clark.
Sendo fã do Superman, ver o personagem tão bem representado como tantas vezes desejei e com uma família tendo responsabilidades de herói e pai é um presente enorme.



                                                                        FILMES

Rosamund Pike ganhando prêmio em mais um filme que eu deveria odiar sua personagem, mas não consigo. 

I Care a Lot, ou, Eu Me Importo é um filme que rendeu críticas mistas na netflix. Particularmente não acho um filme ruim, é um filme mediano e como ele está classificado é uma comédia distorcida com humor ácido e situações absurdas que fogem do esperado. 

Realmente não funcionaria sem o elenco que o sustenta, eu ri do absurdo e esperava um final diferente. Rosamund Pike é um espetáculo e sua atuação em Garota Exemplar sempre será lembrada enquanto ela continuar fazendo mulheres frias psicopatas.


Ainda não tinha assistido Os Incríveis 2 e finalmente tirei ele da lista de filmes para assistir. O primeiro filme e o segundo filme são iguais com a diferença de quem sai de casa é a mãe nesse segundo e o pai fica para lhe dar com os filhos, enquanto está muito ansioso para ser super herói de novo.

Enquanto no primeiro ela conseguiu dar conta das crianças e depois juntou os filhos para ajudar o pai, Beto não consegue dar conta dos três filhos e está sempre exausto.

O filme tem suas mudanças mais para o final, não é excelente como o primeiro, mas é um bom filme.


The Cured é um filme com uma premissa excelente e que funciona muito bem até a metade explorando a sua proposta, mas depois desanda tentando se transformar num filme de zumbis comum e forçando relações entre esses zumbis que estragam a trama que estava sendo construída. Mesmo assim ainda gostei muito de conferir por apresentar algo novo ao gênero.

A história é sobre uma praga que atinge a Europa e faz com que as pessoas comecem a agir violentamente, num estado zumbi. A Irlanda é uma das principais afetada, quando uma cura finalmente é desenvolvida apenas 75% desses infectados são curados os outros 25% permanecem resistentes e presos para segurança das pessoas.

Depois de uma espécie de reabilitação, os curados podem se integrar novamente a sociedade. A sociedade ainda teme esses curados e muitos não querem eles de volta a sociedade. Enquanto esses curados precisam viver com a memória de tudo que fizeram enquanto estiveram infectados.


Aaron Sorkin é um dos meus roteiristas favoritos e aqui é sua estreia como diretor. A história real de Molly Bloom uma esquiadora que perde a chance nos Jogos Olímpicos após uma fatalidade e resolve montar um esquema de jogos de pôquer clandestino contando com clientes ricos e famosos.

Ao mesmo tempo que é um filme de júri, conhecemos Molly e sua relação complicada com o pai e como esse mundo envolvendo tanto dinheiro a levou para uma vida na qual ela não se sentia feliz.

Diálogo ágil e Jessica Chastain são a força motriz de um filme simples, mas muito envolvente. 

Liga da Justiça de Zack Snyder fechou o mês, mas tem resenha sem spoiler já no blog é só clicar aqui.


Como foi o mês de Março para vocês? Muitas leituras? Filmes e séries? Conte para mim.




Vanessa de Oliveira
Instagram: @nessagsr

Resenha: Minha saudade tem seu nome

Título: Minha saudade tem seu nome - Reencontros: Livro 1
Autora: Vanessa Pérola
Publicação independente
Páginas: 74

Minha Saudade Tem Seu Nome foi uma surpresa boa neste início de ano, é uma novela que conta a história de Cecília e Marcos. Um jovem casal que parecia estar na mesma sintonia, compartilhava sonhos e momentos.

Cecília sentia que podia tudo com o namorado e queria compartilhar seu desejo de explorar o mundo, ser uma atriz de sucesso e ter seu grande amor do lado. Mas, numa certa tarde, diante dos amigos, Cecília percebeu que sua relação não estava andando do jeito que pensava, enquanto ela queria sair da pequena cidade que morava, Marcos queria se casar, trabalhar em seu sebo, formar uma família e se estabelecer ali mesmo.

Cecília, de forma impulsiva, fugiu de tudo isso, largou sua vida na sua cidade natal e foi em busca de seus sonhos na cidade grande.

Mas o tempo passou, e bom, algumas coisas começaram a visitar o coração de Cecília, inclusive seu grande amor.

"Ele era calmaria, ela furacão. ele tinha o pé no chão, queria construir uma família e ficar perto dos seus. ela queria voar alto, ser livre e conhecer pessoas novas"

A forma como Vanessa Pérola coloca em palavras os sentimentos dos personagens é cativante. Li essa história em algumas horas e senti tudo o que Cecília sentia, fiquei triste e feliz com ela. Fazia um tempo que não lia algo tão sentimental relacionado ao amor romântico e gostei de cada parte dessa história.

Minha saudade tem seu nome é uma novela de encontros, desencontros e reencontros. Tem representatividade e amor da forma como gostamos de ver e sentir. Eu nunca passei por uma situação como da Cecília, mas a confusão de sentimentos em relação a vida é muito parecida com que o todos já sentimos em algum momento, pois também fala sobre feridas.

Fiquei feliz pela sensibilidade da autora e feliz por ter dado um final tão aconchegante para os personagens. Super recomendo essa leitura, aliás, esse é o primeiro livro da série Reencontros e mal posso esperar para ler o que vem nas próximas histórias.

"Minha saudade sempre teve seu nome"

Bruna Domingos
Instagram: @brunadominngos