Resenha: The Legend of Korra - Ruins of the Empire (Part One)

Título: The Legend of Korra - Ruins of the Empire (Part One)
Roteiro: Bryan Konietzko e Michael DiMartino
Ilustrações: Michelle Wong        Coloração: Killian Ng
Editora Dark Horse Comics
Páginas:80


Se você não terminou de assistir A Lenda de Korra essa história contém spoilers!

Essa é a primeira HQ do arco Ruínas do Império, que continua as aventuras de Korra após o final da animação. Nesse primeiro volume acompanhamos quando Kuvira, após todos os acontecimentos da última temporada, está em julgamento para responder pelas suas ações.

Ao mesmo tempo, o Reino da Terra está passando pelo processo de transformação numa democracia com a ajuda do príncipe Wu e Zhu Li. Quando o príncipe Wu chama Korra e seus amigos para informar que está recebendo estranhas ameaças de alguém que ainda deseja manter o império, Korra decide que é hora de entrar em contato com Kuvira.


Após conversar com Kuvira e investigar, Korra descobre que o Comandante Guan e suas tropas nunca se renderam. Se ele nunca se rendeu, provavelmente está tramando alguma coisa e o provável é que seu plano envolva atrapalhar as eleições. 

Para conseguir impedir que o comandante Guan atrapalhe as eleições ou faça algum golpe, Korra decide com seus amigos trazer a ajuda de Kuvira que embora ainda está em julgamento e nem um pouco arrependida de seus atos anteriores quer colaborar.

Nessa história conhecemos um pouco do passado da Kuvira antes de chegar na casa de Suyn Beifong e até como era o tratamento entre ela e as filhas de Suyn. Temos também, Bolin que saiu da polícia e está trabalhando com Zhu Li e ainda confuso sobre o que fazer com seu futuro.

O final termina com uma ligação direta com alguns eventos de Avatar: O Último Mestre do Ar e a decisão de trazer mais um candidato para as eleições.

Para 80 páginas, Ruínas do Império introduz bem o início de um arco de redenção para Kuvira mesmo que nesse começo seja sobre ela ainda estar em negação sobre seus atos, também continua a transformação do império para uma democracia através de eleições e a revolta daqueles que querem manter o poder.



Vanessa de Oliveira
Instagram: @nessagsr

3 Coisas para assistir na Netflix: Filme, Anime e Série

 

Nessa quarentena, além dos livros, eu tenho aproveitado para conferir novos filmes e séries. Não nego que também tenho olhado coisas que gostaria de rever e pensei que não teria mais tempo. Como sempre troco entre filmes, seriados e animes para conhecer sempre um pouco mais de novos mundos e apreciar novas histórias.

Hoje trago 3 sugestões para vocês sintonizarem na Netflix e não desgrudarem os olhos da tela. Pelo menos foi assim para mim e espero que seja para vocês também. Vamos lá!


Filme: Um Contratempo -  Nesse filme espanhol inteligente e ambicioso, acompanhamos a história de Adrian que acorda em um hotel com a amante morta coberta de sangue e dinheiro. Sabendo que pode ser o considerado o culpado, Adrian contrata a melhor advogada de defesa para seu caso. Com passado e presente se entrelaçando, a história vai dando pequenas dicas do que pode ter acontecido através dos olhos de cada personagem: Adrian, sua advogada e a verdade. É nesse balanço que vamos acompanhando uma trama intrincada, inteligente e com reviravoltas de tirar o fôlego. Um dos melhores suspenses que já assisti.


Anime: Erased - Quando jovem Satoru testemunhou uma série de assassinatos de seus colegas de escola e por causa disso ele desenvolveu o poder de pressentir e voltar um pouquinho antes de algo ruim acontecer para evitar mortes e incidentes. Num dia ao voltar para casa ele encontra a mãe morta, o trauma o faz retornar muitos anos, no ponto de quando era criança, antes dos assassinatos de seus colegas. Ele voltou como criança, mas com a consciência de um adulto e precisa lutar para salvar sua amiga Kayo e descobrir o verdadeiro assassino. Esse anime possui muitas reviravoltas e uma história impactante difícil de prever, com temas pesados como abuso familiar e é interessante como trabalha a relação do protagonista e os personagens a sua volta.


Série: Teenage Bounty Hunters - No Brasil, a série chegou como "Caçadoras de Recompensas" e foi uma grata surpresa da Netflix. Com um lançamento silencioso, a história conta quando essas duas adolescentes, Blair e Sterling, que vivem numa pequena comunidade cristã e conservadora em Atlanta se transformam em caçadoras de recompensas por acidente ao bater o carro de caça do pai. Equilibrando o emprego e a vida do ensino médio, a série utiliza do humor para questionar vários aspectos da adolescência, religião e preconceito. 




Vanessa de Oliveira
Instagram: @nessagsr

Resenha: Superman - As Quatro Estações

Título: Superman - As Quatro Estações
Roteiro: Jeph Loeb
Ilustrações: Tim Sale    Coloração: Bjarne Hansen
Editora Panini
Páginas: 228


Essa é uma das mais belas histórias que já li sobre o Superman e depois de tantos quadrinhos posso dizer que essa é a melhor história do homem de aço. Nessa edição somos apresentados ao lado humano do herói pelo ponto de vista de quatro personagens através das estações do ano.

Inclusive essa narrativa é a inspiração para série Smallville que contém 10 temporadas e fez parte da infância e adolescência de muitas pessoas. Já citei em outro texto a importância do herói e seu lado humano e nessa história em quadrinhos temos um vislumbre do significado do Superman e sua jornada pessoal para aceitar seu destino.


Começamos a história na Primavera onde Jonathan Kent conta a história do Clark, quando começa a descobrir seus poderes e se questionar sobre seu lugar no mundo. Estamos olhando a história de um pai querendo ajudar seu filho adotivo que é diferente e tem uma missão para cumprir. A preocupação de Jonathan é sobre como a sociedade pode aceitar seu filho se algum dia ele revelar que veio de outro planeta e tem poderes, além disso, ele se preocupa em mostrar para Clark sobre ser um homem bom mesmo que algum dia ele seja rejeitado pelo mundo.


Logo, chega o Verão e temos a história narrada pelo ponto de vista de Lois Lane, a repórter do Planeta Diário. Enquanto Clark cresceu e foi trabalhar com essa mulher, somos apresentados ao pensamento de Lois sobre a ascensão do herói no mundo, ela está curiosa e maravilhada com um ser que pode voar e acabar com qualquer pessoa, mas decidiu usar tudo isso para o bem.

Assim como o cair das folhas e um tempo mais nublado, o Outono apresenta Lex Luthor e seu olhar sobre o herói. Superman chegou em Smallville roubou toda a atenção que o mundo tinha em Lex e seus projetos, nisso cresce seu medo, sua raiva e também admiração. Usando toda sua inteligência, Lex elabora um plano para que o grande herói perca a admiração das pessoas e seja negado pela sociedade.

Durante o frio do inverno acompanhamos a namorada de adolescência do Clark: Lana Lang. Os dois romperam depois que Clark revelou seus poderes para ela e assim acompanhamos uma mulher que sonhava em se casar e ter filhos com Clark crescer numa cidade pequena e perceber que Clark tem um destino como Homem de Aço e ela não é a pessoa para acompanhar esse propósito.

Carregada de sentimentos, a narrativa se concentra em trazer o significado da esperança que o Superman representa e o início da sua carreira. Ao utilizar as vidas de pessoas que convivem e admiram o Superman e o olhar do seu inimigo, Joeph Loeb trouxe delicadeza para contar a história do herói aos olhos daqueles que o conhecem como Superman e Clark Kent.

O roteiro é genial e cheio de sensibilidade. Enquanto outras histórias focam no poder de Superman contra monstros e seus inimigos, As Quatro Estações foca no menino se transformando em homem e o homem em herói que aceita seu destino.



Vanessa de Oliveira
Instagram: @nessagsr

Ressaca literária: o que fazer quando perdemos a vontade de começar novas leituras?

Você sabe o que é ressaca literária? Geralmente, a ressaca acontece em leitores que leem bastante, ficam fissurados e depois de um certo tempo não consegue se concentrar em uma nova leitura. As vezes acontece rapidinho, você nem sente, mas fica uns dias sem conseguir focar. E as vezes leva um tempão para voltar naquele ritmo. Eu passei por isso há um tempo, foi tão bravo que fiquei quase três anos sem conseguir terminar a primeira página de um livro. Tudo o que eu lia era artigo de faculdade, mas por pura obrigação. Eu era bastante ansiosa na época da minha graduação e não conseguir me distrair com livros me deixava extremamente desapontada. 

A culpa é inevitável, eu me sentia mal e evitava falar sobre, foi uma época também em que o blog ficou bastante parado. 

Durante essa semana eu comecei a refletir sobre o assunto, não estou passando por nada assim no momento, mas fico pensando na pressão que sentimos por ter que ler bastante e superar metas. É engraçado, pois na adolescência a gente não tem um pingo de noção sobre realizar uma leitura cuidadosa, o jovem leitor quer ler, ler, bater metas e dobrar essas metas. Comigo não era diferente, eu lia muito, mas hoje sinto que deveria ter feito isso com mais calma e aproveitado melhor o momento. Se eu tivesse maturidade na época, é provável que eu não ficasse parada por três anos. Mas é claro que se você tem um ritmo acelerado de forma natural e consegue absorver o que está lendo, não há problema algum em ler rápido, aliás, queria muito ter um ritmo assim, mas o ruim é quando você se força a isso. 

E como eu voltei a ler por prazer? Não lendo. Parei de querer forçar, comecei a me concentrar em outras coisas, foi uma época em que assisti MUITOS filmes, vi clássicos do cinema que não me imaginava parando para ver. Vi algumas séries também e curti muitos momentos com meus amigos, além de focar em todos os assuntos da faculdade. Eu não poderia ficar me culpando por algo que, sinceramente, não somos obrigados a fazer. E foi assim que o meu hábito foi voltando, separei uma leitura do gênero que me agrada e estimulei minha curiosidade para saber mais da história, assistia canais e mais canais literários e a minha mente foi sentindo a necessidade de voltar a ter aquilo no meu dia a dia. Aprendi que leitura é hábito, mas não pode se tornar uma obrigação. 

Esse ano eu comecei a usar o Goodreads e coloquei uma meta de leitura baixa. Foi a melhor coisa que eu poderia ter feito, estou aproveitando cada viagem e lendo com calma. Já participei de algumas maratonas e consegui me organizar para novas leituras. Separei um novo caderno de anotação e nele também faço cronogramas. Percebi que as coisas fluem quando a gente faz por prazer e não para mostrar que lemos muito. 

Por isso, a mensagem que deixo a vocês aqui hoje é: se não sentir vontade de ler, não leia. Procure novos prazeres, seu retorno ao mundo dos livros será inevitável. Falo a partir da minha experiencia, mas você se conhece, aproveite seu tempo livre para testar novas formas de voltar ao hábito. 

“Eu não nasci rodeada de livros, e sim, rodeada de palavras” 
(Conceição Evaristo).

Bruna Domingos
Instagram: @brunadominngos

Resenha: Minha Irmã, a Serial Killer

Título: Minha Irmã, a Serial Killer
Autora: Oyinkan Braithwaite
Editora Kapulana
Páginas: 184

Esse é um dos livros que li para o Pretatona. Nele conhecemos Korede, uma mulher pragmática, racional e focada em seu trabalho de enfermeira chefe em um grande hospital em Lagos, Nigéria. É através de seus olhos que conhecemos Ayoola, sua irmã caçula completamente diferente: linda, mimada e principalmente, serial killer.

Quando iniciamos o livro, Ayoola acabou de matar o namorado e chama Korede para ajudar a limpar a cena do crime. Nesse momento ficamos sabendo que não é o primeiro assassinato de sua irmã, ela já matou dois namorado antes e sempre alega que foi em legítima defesa quando tentaram agredi-la, mas o assassinato é sempre com faca e pelas costas o que faz Korede questionar o que realmente aconteceu, a índole da sua irmã e se ela terá coragem de entrega-la.

"No aniversário de um mês de namoro, ela o esfaqueou no banheiro de seu apartamento. Não era a intenção, é claro. Ele estava bravo, gritando, o hálito manchado de cebola quente no rosto dela. (Mas por que ela tinha uma faca?)"

Ayoola é apresentada como a filha sempre defendida pela mãe, tem sua própria marca de roupa, famosa nas redes sociais, não apresenta nenhuma espécie de sentimento após os assassinatos. Ayoola também parece arranjar homens com muita facilidade, mas nunca leva nenhum a sério.

Inclusive a relação de ambas as filhas com a mãe é mostrada como nada saudável, Korede é responsável por Ayoola em todos os sentidos e deixada de lado pela mãe. A mãe reforça esse comportamento preferindo Ayoola e culpando Korede por todos os erros dela.

Quando Ayoola coloca os olhos em Tade, o colega de hospital e a paixão de sua irmã, Korede começa ter preocupações de como evitar que ele seja o próximo assassinado. Ela realmente quer avisar Tade que sua irmã linda e doce é uma serial killer, mas quanto mais conhece Tade e sua relação com Ayoola mais ela começa questionar se sua paixão é por um homem raso.

O passado também é explorado, Korede conta histórias sobre seu pai criminoso e abusivo, uma suspeita de abuso sexual e parte da cultura sobre casamento. Essas histórias para Korede pode ser algumas pistas de como sua irmã se tornou uma serial killer

Oyinkan Braithwaite é uma escritora nigeriana e durante toda obra somos apresentados a costumes, comidas e a cultura do país.

Principalmente, o livro é sobre a relação dessas duas irmãs. Se você ler esperando um thriller psicológico comum pode acabar se decepcionando, a história é sobre a relação dessas duas irmãs e como os laços de amor e família são difíceis de romper. É a história de Korede e seu equilíbrio na vida, sendo o porto seguro e a pessoa que cuida de sua irmã com a verdade que carrega e que pode fazer parte.



Vanessa de Oliveira
Instagram: @nessagsr

O Sol Também é uma Estrela: destino, amor e poesia


Depois de escrever sobre o filme Tudo e Todas as Coisas, fui conferir a adaptação de mais uma obra da Nicola Yoon, O Sol Também é uma Estrela. A direção do filme é de Ry Russo-Young e o lançamento aconteceu em maio de 2019.

Nesta história, conhecemos Natasha Kingsley (Yara Shahidi), uma jovem cética em relação a tudo que não pode ser explicado pela ciência de forma clara e objetiva. Por isso, sua crença sobre o amor e o destino é quase nula. Ela vive em Nova Iorque com a família e sua origem é jamaicana. No momento em que o filme inicia, recebemos a notícia: ela e a família serão deportados em menos de um dia. Natasha não se conforma, não quer voltar para Jamaica e sai de casa em busca de uma solução. Ela tem algumas horas para conseguir reverter toda a situação e permanecer nos Estados Unidos. Bom, é aí que a história realmente começa.

Andando pelas ruas de Nova Iorque, Natasha se distrai com o fone de ouvido e não vê um carro desgovernado se aproximando. Daniel Jae Ho Bae (Charles Melton), que já vinha observando a garota, a salva de uma tragédia. Desnorteada, Natasha tenta entender o que aconteceu e a partir desse momento começa uma sequência de coincidências que vão aproximar o casal.

Ao contrário da protagonista, Daniel é um romântico incurável. Ele acredita fielmente no destino, no amor e é apaixonado pela poesia. Daniel vive com os pais e o seu irmão mais velho e está em busca de uma oportunidade para entrar na faculdade de medicina, para assim realizar o grande desejo de seus pais. Não, ele não quer fazer medicina, mas existe uma pressão familiar para que ele tenha uma profissão que "honre o nome da família". No caminho até a sua entrevista, ele avista Natasha de longe, ela está com uma jaqueta que tem a frase "deus ex-machina” estampada, a mesma frase que mais cedo ele tinha escrito em seu caderno de poesia. Essa coincidência o deixa extasiado e naquele momento nada é mais importante do que conhecer Natasha.

Apesar de muitas críticas dizerem que o casal não tem química, eu preciso dar uma discordada. Talvez eu esteja sendo influenciada pela representatividade dos protagonistas? Talvez, afinal, não é todo dia que temos uma protagonista negra e um protagonista asiático NO MESMO FILME. E apesar da insistência de Daniel em querer estar junto de Natasha, você percebe que ela está intrigada com a presença e com a convicção dele.

Durante o filme, eu me sentia tensa em relação ao destino da família Kingsley, será que a situação consegue ser revertida? E ao mesmo tempo, é possível ver a importância de Natasha passar por tudo que está passando, faz parte daquela versão de sua história, a versão da sua vida.

A trilha sonora é impecável, e o cenário novaiorquino foi muito bem destacado. Tudo para que possamos entender melhor o fascínio da protagonista com a cidade que a mesma chama de lar. E é durante a narrativa que entendemos o porquê da afirmação "o sol também é uma estrela".

O final? Bom, eu não vou dizer, mas me deixou emocionada como fiquei com o final do filme Tudo e Todas as Coisas (e quando eu digo emocionada, não quero dizer triste). Os dois filmes tem um final que deixa o coração quentinho.


Bruna Domingos
Instagram: @brunadominngos