Título: Para educar crianças feministas - um manifesto
Autora: Chimamanda Ngozi Adichie
Editora Companhia das Letras
Páginas: 57
Para educar crianças feministas é o segundo livro que leio da Chimamanda Ngozi Adichie, e assim como no livro Sejamos todos feministas, não levei mais do que uma hora para finalizar a obra. Essa leitura foi feita para o desafio #PRETATONA e concluí na semana retrasada.
Chimamanda não decepciona com sua linguagem fácil e acessível. Isso me faz lembrar sobre o que bell hooks diz em seu livro, O feminismo é para todo mundo, que os pensamentos feministas devem ser de fácil acesso a toda população. Chimamanda Ngozi Adichie está fazendo um ótimo trabalho quanto a isso.
“Para mim, o feminismo é sempre uma questão de contexto. Não tem nenhuma regra”
Quando sua amiga se tornou mãe, Chimamanda recebeu um pedido da mesma: como criar uma filha feminista? Em forma de carta, a escritora nigeriana fez suas sugestões com base naquilo que viu e viveu. Através de 15 partes, mergulhamos em uma perspectiva que acredito ser pouco pensada quando se trata de criar filhos (falo com base nas minhas vivências pessoais). Geralmente, crescemos e conhecemos o feminismo, mas a proposta aqui é naturalizar essas ideias desde criança. Para que a próxima geração cresça em um ambiente menos tóxico e saiba o seu valor.
Por muitos anos, Chimamanda cuidou de crianças como baby-sitter e ajudou com seus sobrinhos e sobrinhas. Isso lhe deu a oportunidade de observar e refletir sobre o papel que temos na vida de uma criança, desta forma, ela conseguiu elencar pontos importantes para a carta, que agora virou um livro obrigatório para pessoas que se envolvem na criação de alguém.
“Agora eu também sou mãe de uma menininha encantadora e percebo como é fácil dar conselhos para os outros criarem seus filhos, sem enfrentar na pele essa realidade tremendamente complexa”
É essencial que os pais tenham essa conversa e sejam honestos sobre a forma de criar seus filhos, o mundo se descobre cada dia mais plural e precisamos ter uma geração preparada e aberta a essas novas descobertas.
Neste livro, Chimamanda inicia falando sobre ser firme em relação as nossas convicções, reconhecer nosso valor e não aceitar que pessoas nos desrespeitem. Use sempre a ferramenta: a gente pode inverter X e ter os mesmos resultados?
“Por exemplo: muita gente acredita que, diante da infidelidade do marido, a reação feminista de uma mulher deveria ser deixá-lo. Mas acho que ficar também pode ser uma escolha feminista, dependendo do contexto. Se o Chudi dorme com outra mulher e você o perdoa, será que a mesma coisa aconteceria se você dormisse com outro homem?”
Chimamanda também fala da importância de ser uma pessoa completa, não renuncie uma coisa por outra. Se possível tenha as duas. Ser mãe não impede a mulher de trabalhar e vice-versa, não renunciar os sonhos é importante para criar pessoas que se sintam seguras em suas escolhas.
“Nunca se desculpe por trabalhar. Você gosta do que faz, e gostar do que faz é um grande presente que se dá à sua filha”
A autora faz reflexões sobre papéis de gênero e o fato de já empregarmos o que é ideal ou não para uma criança, sem permitir que ela se descubra sozinha. Isso não pode acontecer, não é saudável que uma criança sinta que tem limitações no que quer ser e se tornar.
A importância da leitura é um ponto muito importante também, ler é um dos caminhos para que uma pessoa cresça com uma mente mais aberta para o conhecimento. É claro que o adulto não pode obrigar uma criança a devorar um livro inteiro, mas é preciso arranjar formas de despertar a curiosidade pelos livros. Só o ato de ler constantemente pode ajudar a criar este hábito nela também. A criança precisa saber questionar e ter suas próprias opiniões, quero até enfatizar, é muito importante que a pessoa cresça tendo suas próprias opiniões.
A importância da leitura é um ponto muito importante também, ler é um dos caminhos para que uma pessoa cresça com uma mente mais aberta para o conhecimento. É claro que o adulto não pode obrigar uma criança a devorar um livro inteiro, mas é preciso arranjar formas de despertar a curiosidade pelos livros. Só o ato de ler constantemente pode ajudar a criar este hábito nela também. A criança precisa saber questionar e ter suas próprias opiniões, quero até enfatizar, é muito importante que a pessoa cresça tendo suas próprias opiniões.
“Os livros vão ajudá-la a entender e questionar o mundo, vão ajudá-la a se expressar, vão ajudá-la em tudo o que ela quiser ser”
E essas sugestões não servem só para pais que criam meninas, mas é preciso naturalizar esses ensinamentos em TODAS as crianças. Aliás, sendo pais ou não, temos que naturalizar o respeito pela existência do próximo em qualquer criança que temos um contato regular. Respeitar as escolhas, aparências, culturas, raças e gêneros é algo fundamental para que tenhamos uma sociedade mais saudável e unida.
É com muito carinho que indico a leitura deste livro, comece a mudança por você e reflita sobre.
Bruna Domingos
Instagram @brunadominngos
Oi, Bruna tudo bem? Eu já li um livro da autora e gostei bastante de sua escrita e, principalmente a maneira fácil que ela aborda o assunto, pois o feminismo é tema importante e precisa ser falado com os pequenos desde cedo, para eles poderem saber desde a infância sobre este assunto tão importante em nossa sociedade contemporânea. Já anotei a dica para lê-lo futuramente. A propósito sua resenha ficou maravilhosa. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Oi, Bruna!
ResponderExcluirGostei da indicação, ainda mais pela linguagem acessível que é essencial!
Não pretendo ter filhos pelos próximos 10 anos, mas a criação deles é algo que sempre me preocupa haha. Vou com certeza salvar essa dica :)
Estante Bibliográfica
Olá, Bruna.
ResponderExcluirAcredita que não li Sejamos todos feministas ainda. Vergonha. Mas já me interessei por esse também. Acredito que tudo se começa pelas crianças, é onde ainda dá para mudar alguma coisa. Os livros da autora deveriam ser leituras obrigatórias na escola.
Prefácio
Olá, Bruna!
ResponderExcluirNunca li o Para Educar Crianças Feministas, mas tenho curiosidade e sua resenha me instigou mais um pouco a lê-lo hahah. Gostei dos pontos que você destacou no texto, como a importância do hábito de leitura para as crianças desenvolverem opiniões e um pensamento crítico e sobre os papéis de gênero que são impostos à elas desde tão pequenas. Sem dúvidas deve trazer insights muito interessantes para se introduzir na educação das crianças uma maneira de pensar e de se comportar que envolva muito mais respeito, empatia e senso de igualdade, e é útil não só para os pequenos, mas para os adultos também, que diariamente influenciam as crianças ao seu redor, muito mais com atitudes do que belas palavras. É essencial que se conscientizem e sirvam de verdadeiros bons exemplos e não só continuem reproduzindo para as gerações futuras ideologias e atos ofensivos, machistas e preconceituosos.
Já li o Sejamos Todos Feministas e, assim como você se referiu à sua sugestão nesse post, tinha uma linguagem muito acessível. Foi uma leitura fluída e muito bacana, uma pena que também era tão pequenininho e logo foi concluído. Já quero poder ler o Para Educar Crianças Feministas agora.
Abraços!
http://www.oblogtrivia.blogspot.com/
Bruna, já vi algumas vezes esse livro nas livrarias e sempre fico curiosa para embarcar nessa carta. :) Espero ler em breve! E acho que é uma leitura que pode ajudar a todos mesmo, independente se é pai ou não. E nada como a educação para a gente tentar mudar o mundo aos poucos, com pequena atitudes. Enfim, dica anotada!
ResponderExcluirBeijos, Carol
www.pequenajornalista.com
Oi, Bruna! :)
ResponderExcluirA Chimamanda é muito maravilhosa, não?! Trabalhei alguns textos dela com os meus alunos e as discussões foram todas muito ricas!
Esse livro é mto impecável mesmo.
Um beijo,
Fernanda Rodrigues | contato@algumasobservacoes.com
Algumas Observações
Projeto Escrita Criativa
Acho legal poder criar as crianças de forma que elas já cresçam tendo ideais corretos, dessa forma, o feminismo se torna algo natural e não algo que elas precisam se esforçar para pensar ou agir como. Porém, acho complicado que qualquer pessoa além dos próprios pais tentem encucar ideologias e formas de pensar na cabeça de uma criança, a não ser que a responsabilidade de cria-la seja de terceiros, quem deve ensinar e dar o devido exemplo à uma criança, são os próprios pais, mesmo que eu tenha contato direto e regular com uma criança, eu acharia estranho indicar a ela um caminho se seus pais não me dessem permissão para isso, afinal, são eles que idealizam o futuro de quem eles mesmos colocaram no mundo e estão criando. Entende o que quero dizer?!
ResponderExcluirBlog Apenas Leite e Pimenta ♥
Oii, como vai?
ResponderExcluirAdoro as suas indicações de livros. Todos parecem muito interessantes e com mensagens e premissas MUITO importantes e profundas. Sou estudante de pedagogia e trabalho diretamente com crianças então anotei pra ontem o nome desse livro até porque os pais e a escola são os maiores influenciadores na vida de uma criança.
Abraço ♥,
Larissa - Blog: Parágrafo Cult
Que genial a ideia dessa escritora! E da amiga que pediu ajuda a ela! E o melhor, acabou ajudando a gerações de crianças a terem a mente fora da caixa. Amei a indicação!
ResponderExcluirBjks!
Mundinho da Hanna
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Oi Bruna,
ResponderExcluirSem dúvidas, é um ensinamento para todas as crianças, não apenas para as meninas.
Gosto e aplaudo essa iniciativa da autora, é muito necessário para construirmos um mundo diferente!
beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com/
Oi Bruna, tudo bem?
ResponderExcluirAcho que a nossa geração tem um papel fundamental num futuro mais igualitário, no nosso papel de futuros pais e mães. Somos nós que vamos proporcionar esse tipo de ensinamento para as crianças que farão nosso futuro. Excelente dica!
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas