Autora: Chimamanda Ngozi Adichie
Editora Companhia das Letras
Sejamos todos feministas é um pequeno livro de Chimamanda Ngozi Adichie adaptado de uma palestra que ela deu no TEDxEuston. Esta obra é bem curta, e além das poucas páginas, a linguagem da autora é bem didática.
Você sabe o que é feminismo? Melhor, você entende a importância desse movimento dentro da sociedade que vivemos? Chimamanda pontua os estereótipos que essa palavra carrega e as ideias equivocadas que são propagadas por pessoas leigas. Ela inicia sua narrativa contando sobre a primeira vez que foi chamada de feminista, e o tom da palavra não foi um elogio.
Mais adiante, no lançamento do seu livro “Hibisco roxo”, um jornalista chegou nela e disse que o livro dela era feminista e que, para o bem dela, nunca deveria se intitular dessa forma, pois “são mulheres infelizes que não conseguem arranjar marido”.
No livro somos levados ao contexto do continente africano e lá (não muito diferente daqui), o termo “feminismo” tem um peso muito negativo. Na visão estereotipada, feminismo é sinônimo de mulheres infelizes, que odeiam homens, odeiam usar batom, sutiã e acham que o movimento busca uma superioridade feminina. Chimamanda, em tom sarcástico, diz que quando faziam comentários desse tipo para ela, ela decidia que seria uma feminista com pensamento contrário a tudo aquilo que descreviam.
“Decidi me tornar uma feminista feliz e africana que não odeia homens, e que gosta de usar batons, salto alto para si mesma e não para os homens” .
A autora segue pontuando as experiências que a fizeram acreditar ainda mais que fazia parte deste movimento. Ela relata as injustiças que presenciou, no nÃvel em que mulheres, mesmo tirando notas mais altas que homens em uma prova, não conseguiam a vaga que queriam, pois os homens estavam na fila de preferência. Relata como ela era ignorada em lugares como restaurante, pois tinha um homem ao seu lado e ele era atendido, enquanto ela era tratada como invisÃvel.
Adichie deixa bem claro, feminismo é a busca por igualdade de direitos, não é uma luta para saber quem é melhor.
“Meninos e meninas são inegavelmente diferentes em termos biológicos, mas a socialização exagera essas diferenças. E isso implica a autorrealização de cada um. O ato de cozinhar, por exemplo. Ainda hoje, as mulheres tendem a fazer mais tarefas de casa do que os homens – elas cozinham e limpam a casa. Mas por que é assim? Será que elas nascem com um gene a mais para cozinhar ou será que, ao longo, elas foram condicionadas a entender que o seu papel é cozinhar?”
Entendem onde a autora quer chegar? Aqui ela incentiva que nossas crianças sejam educadas para que façam aquilo que desejam fazer, que busque investir em seu talento, deixando de lado a ideia de “oh eu sou homem não posso fazer isso" ou “oh eu sou uma mulher e mulher não faz isso”. Esqueçam o gênero e se baseie no que você, membro da sociedade, pode oferecer para melhorar o convÃvio social. Sem opressão, apenas faça porque deve fazer. Lave a louça porque não é legal deixá-la suja, seja você homem ou mulher.
Na teoria tudo é muito legal, mas é necessário colocar em prática a ideia de respeito entre homens e mulheres. É o básico para uma vida saudável. Ser feminista é escolher o seu destino sem prejudicar a vida do outro e sem interferência de ninguém, e mais do que isso, ser feminista é respeitar a escolha do próximo de ser, fazer e estar onde ele quiser.
“Conheço uma mulher que tem o mesmo diploma e o mesmo emprego que o marido. Quando eles chegam em casa do trabalho, a ela cabe a maior parte das tarefas domésticas, como ocorre em muitos casamentos. Mas o que me surpreende é que sempre que ele troca a fralda do bebê ela fica agradecida. Por que ela não se dá conta de que é normal e natural que ele ajude a cuidar do filho?”
Bruna Domingos
Oi, Bruna!
ResponderExcluirAinda não conhecia o livro, achei bacana. E isso de fato é verdade, na teoria é tudo fácil, o problema é colocar em prática, ainda mais dependendo das demais pessoas. Mas de fato é um livro super válido!
xx Carol
https://caverna-literaria.blogspot.com/
Oi, Bruna como vai? Este livro é maravilhoso não é mesmo! Minha única ressalva em relação à este livro é que ele possui poucas páginas, se tivesse muitas páginas seria um livro melhor do que já é. Adorei a resenha. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Olá, tudo bem por a�
ResponderExcluirNão conhecia o livro, mas conheci a Chimamanda através de um trecho de um de seus discursos presente em uma das faixas do álbum BEYONCÉ. Muito interessante a proposta do livro. E é um tema que precisa ser discutido cada vez mais, tendo em vista que a sociedade em que vivemos ainda é machista.
Abraços!
www.acampamentodaleitura.com
Oi Bruna,
ResponderExcluirEsse foi o primeiro livro feminista que tive contato.
Eu gostei bastante, mesmo não sendo um tipo de narrativa que esteja acostumada. É uma obra necessária!
beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com/
Olá, Bruna.
ResponderExcluirEu quero muito ler esse livro mas inda não consegui. Eu acho que a grande maioria das pessoas ainda acreditam que feminismo é o contrário de machismo, inclusive mulheres. Porque já vi algumas blogueiras e autoras, sendo contra o feminismo.
Prefácio
Oii, como vai?
ResponderExcluirEu não conhecia essa obra não mas fiquei bem curiosa. Tenho gostado muito de ler livros com temáticas feministas e eles se fazem cada vez mais necessários atualmente, quando as pessoas parecem não entender sobre igualdade.
Abraço,
Parágrafo Cult