Assistimos o filme do Coringa na pré estreia, na quarta-feira, dia 02 de Outubro, às 20h30. Fazia tempo que eu não ficava tão ansioso para um filme (teoricamente) da DC, e todo o hype gerado acerca deste foi positivo. O filme surpreende do início ao fim com o seu tom dramático, sujo, escuro e atormentante. Tudo o que está em cena colabora para que aos poucos você sinta a angústia e os surtos de loucura que Arthur Fleck vivencia. É a construção de um personagem, a transição de uma pessoa "comum" para um vilão psicótico.
O visual do filme inteiro é sombrio, puxando para tons amarelados, que transmitem uma sensação de "sujeira", coisa velha. A trilha sonora belíssima orquestrada causa incômodo e cresce em volume nos momentos de ação e principalmente nos momentos de loucura do personagem. Loucura essa que é explicada ao longo da trama, revelando que a mãe do próprio Coringa é tão doente mentalmente quanto ele se tornou no fim.
SPOILERS A PARTIR DAQUI!
O Arthur é uma pessoa fracassada perante a sociedade. Trabalha em um lugar ruim como palhaço, ganha mal, e vêm de distúrbios psicológicos que foram tratados durante anos de internação e consultas a psicólogos. Aparentemente curado, tenta seguir a vida cuidando dos últimos dias de vida de sua mãe, morando em um apartamento pequeno e simples no subúrbio da cidade. Sofre agressões constantemente por seu biotipo fraco, e por ter uma anomalia cerebral que o faz dar risada das coisas mais inapropriadas o possível. Esse é o resumo de um personagem brilhantemente interpretado por Joaquin Phoenix, que emagreceu PRA CARAMBA para este personagem. O jeito que ele dá a risada do Coringa é fantástico, pois você consegue ver que em meio ao riso, por dentro, Arthur está sofrendo mais do que nunca.
As pessoas não tem piedade. O sistema de tratamento público para pessoas com transtorno mental cada vez piora, chegando ao ponto de cortar sessões de terapia e remédios. Arthur perde o emprego na agência de palhaços após levar para um hospital infantil uma arma que um dos integrantes da trupe lhe deu para sua auto-proteção. Tudo, absolutamente tudo ao redor em sua vida triste, somando com a mãe que necessita de cuidados especiais e as próprias características mentais de Fleck são a conta perfeita para o surgimento de um vilão completamente atormentado.
Após ganhar a arma de seu colega de trabalho e ser demitido por isso, Arthur assassina três pessoas dentro de um metrô, após ser duramente agredido por elas. Essa cena ficou muito bem feita, visualmente e com uma impecável trilha sonora, me lembro de ficar arrepiado assistindo. Ele assassinou três pessoas e gostou daquilo, foi ali o gatilho para que as mortes que ele causaria futuramente o dessem mais "paixão" do que qualquer outra sensação.
A descoberta de que sua mãe têm transtornos mentais aliados a todas as mentiras que ela já contou para ele, fez com que Arthur matasse a própria mãe asfixiada na cama de um hospital. No começo do filme, cenas de amor e ternura entre os dois mostravam que apesar de tudo, eles tinham uma boa relação entre os dois, o que tornou esse assassinato muito chocante.
Arthur também mata o colega de trabalho que lhe deu a primeira arma, de uma forma tarantinesca, os cinéfilos diriam.
O final do filme mostra o aparecimento do Coringa, pois Arthur é chamado para um talk-show após um vídeo dele fazendo stand-up em um bar ser ridicularizado na televisão. O Coringa dá um discurso impactante e mata, ao vivo, durante o programa, o apresentador mais famoso do país: Murray Franklin, muito bem interpretado pelo mestre Robert De Niro. O assassinato de pessoas poderosas resulta em uma rebelião em massa por toda Gotham City, muitos vestem-se de palhaço, e as cenas são lindas. O que dizer então da referência à história do Batman, com a recriação da cena em que os pais de Bruce Wayne morrem no beco após a saída do cinema. Fantástico!!!
O filme em si mostra que qualquer um de nós podemos nos tornar um Coringa, na sua pior forma. É sublime ver que não há poderes nem fantasias, não é heróis e vilões soltando raios e fazendo coisas fantasiosas. Há um ser humano, doente, que não teve tratamento adequado, desprezado por toda a sociedade e que por suas doenças transforma-se em um psicopata assassino.
A nota para esse filme não poderia ser outra, eu realmente espero que Coringa conquiste alguma estatueta nos Oscar do ano que vem!
ESTRELA DE HONRA! Este filme é tão bom, é tão épico que dificilmente será superado.
Fabrício Lopes
Instagram: @Fabrsim
Instagram: @Fabrsim
Oie,
ResponderExcluirEstou super ansiosa para assistir Coringa, amanhã!
Como ainda não assisti, pulei a parte do spoiler, mas fiquei mais empolgada pela classificação que você deu.
Beeeijoo!!!
Grazy Carneiro
Meus Antídotos
Amei sua resenha, confesso que não gosto de filmes do gênero, por isso, não o assisti. Mas quem foi ver, só tem elogiado! ❤
ResponderExcluirhttps://www.kailagarcia.com
Olá, Fabrício.
ResponderExcluirMinha amiga foi assistir e amou o filme. E também estou vendo bastante comentários positivos sobre ele. Assim que der vou assistir.
Prefácio