Autora: Julie Anne Peters
Hoo Editora
Páginas: 301
Holland Jaeger tem uma boa vida: é presidente do Conselho Estudantil, tem notas boas, um namorado legal, amigos e uma famÃlia tranquila. Ela acaba de entrar para o último ano e está na fase de preencher fichas de inscrição para faculdade, mesmo não tendo a certeza de qual caminho quer seguir. Mas Holland se sente pressionada o tempo inteiro, ela precisa ser uma filha perfeita, namorada perfeita e ter notas perfeitas. Sua mãe engravidou quando ainda era adolescente, por isso, perdeu algumas oportunidades de carreira e agora ela deposita em Holland todas as suas expectativas frustradas. Mas apesar de tudo, na visão da nossa protagonista, sua vida não poderia estar melhor. Até que Ceci Goddard entra na escola e começa a causar sentimentos em Holland, sentimentos que ela nunca imaginou que despertariam.
O livro é inteiramente narrado em primeira pessoa e junto com a personagem nós vamos desvendando seu conflito interno: Holland não é hetero. O processo dessa descoberta é o que mais me deixou fascinada por essa história. Julie Anne Peters narra com muita sabedoria o que passa na mente de um jovem quando está se descobrindo homossexual. E eu só tive a capacidade de entender as minúcias da narração porque já ouvi amigos descrevendo o momento que se assumiu, da mesma forma como aconteceu com Holland.
Ter um namorado começa não fazer mais sentido para ela, Holland não entende o porquê não gosta mais dos beijinhos dele, os abraços começam a ficar grudentos demais e compartilhar o mesmo espaço começa a se tornar desconfortável. Mas como dizer ao Seth que quer terminar porque descobriu ser homossexual? Será que é realmente isso que ela quer? A dúvida constante que atormenta Holland não vai cessar. Ela cogita ser bissexual, pois acredita que essa é a única explicação por ter se apaixonado por Seth um dia. Mas depois de viajar em sua linha do tempo e perceber sua admiração excessiva por mulheres que teve durante a vida, ela entende que só não tinha se descoberto ainda.
Ceci tem um comportamento bem diferente de Holland, ela usa roupas despojadas e camisetas que declaram sua sexualidade e seu posicionamento polÃtico. Além de ser assumidamente gay, ela parou de prestar tanta atenção no preconceito que sofre na escola e se importa menos ainda com que os outros pensam. Ela entende que sua vida é uma constante luta e que encarar olhares preconceituosos é uma questão de resistência. Mas como agir na hora de tentar proteger Holland que ainda está tentando entender o que significa tudo isso? É esse o dilema que você vai encontrar neste livro. Além da coragem que Holland precisa ter para se encontrar, ela precisa de força para encarar a sua famÃlia e amigos diante dessa nova descoberta.
A autora soube transmitir bem os sentimentos de cada personagem, no nÃvel em que também podemos sentir empatia por alguns e raiva de outros. Não conte nosso segredo é um romance doce, leve e representativo. Recomendo para quem procura um livro para ler no ônibus ou num final de semana. A diagramação é linda e por isso a leitura vai fluir muito rápida.
Bruna Domingos
Instagram: @brunadominngos
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