Crítica Comum | Deadpool 2

Em 2016 um filme com larga publicidade e expectativa baixa reinou sobre filmes de altíssimos orçamentos com direito a 3D e IMAX e toda a tecnologia gráfica. O singelo e pequeno Deadpool flertou com o público que estava cansado dos muitos filmes de super-heróis feitos para crianças. Palavrões, mortes violentas e muito humor cheio de referências tornaram a expectativa para a continuação dessa trama um tanto quanto alta para nós, meros expectadores casuais de cinema. Toda ansiedade acaba de ser esmerilhada quando vimos a primeira sessão disponível de Deadpool 2, a Marvel não errou em abusar desta mesma fórmula para o segundo filme do estimado anti-herói. 

Alerta de possíveis SPOILERS a partir daqui <<

É nítido desde o começo que o filme traz o mesmo esquema do primeiro: uma situação explosiva, a explicação do motivo dessa explosão e depois o desenrolar da história. O velho radinho do Wade está lá, os desenhos infantis dele também. Há MUITA referência sobre os acontecimentos do primeiro filme, por menos escancaradas que elas apareçam no meio da trama. Referências também a elementos consagrados da cultura pop, como filmes clássicos, a própria Marvel por meio do "amor" de Wade por Wolverine e até referências ao ator Ryan Reynolds. Se você é fã disso tudo, e AMA uma referência sobre anos 80, é um prato cheio para o seu entretenimento. 

A presença do Cable no filme é algo que me agradou positivamente, com o CGI bem feito, o personagem é o fator que amarra toda a trama. E todos os coadjuvantes estão tão engraçados quanto no primeiro. Já que não há toda a história explicando como Wade Wilson desenvolveu sua mutação, Deadpool já chega arregaçando tudo e todos. Há mortes dos mais variados tipos e escalas de agressividade. A Classificação de faixa etária para 18 anos nos cinemas brasileiros é justificada já nas primeiras cenas do filme, mas como trata-se de um "super-herói", por mais violentas que sejam essas mortes, não tem como o público ficar espantado, é engraçado como algumas delas ocorrem. Ponto para o filme, mais uma vez.

Aparecem alguns atores do clássico X-MAN que é tão citado ironicamente por Pool, e até o Brad Pitt faz uma pontinha em um personagem figurante. Não consegui encontrar o mestre Stan Lee, estou bem chateado com isso, mas saí da sala do cinema com vontade de assistir novamente, assim como aconteceu no primeiro Deadpool e no recente Vingadores - Guerra Infinita. 

Um destaque importantíssimo e digno do termo "roubou a cena" vai para a personagem Domino (Zazie Beetz), que contém apenas um superpoder: a sorte. Como ela tem sorte, nenhum tiro, ou qualquer coisa que a machuque acontece com ela, tornando-a aliada em situações difíceis. De pele negra, black power e mancha branca no olho esquerdo, a personagem é diferente dos quadrinhos, na qual ela tem a pele esbranquiçada-cinza, cabelo liso curto e mancha negra no olho, mas obviamente nada disso é fator que altera sua origem, nem seus poderes, portanto mais um ponto para o filme, desta vez pela representatividade. 

É preciso dizer que, apesar das gargalhadas que o filme me deu, há um certo tom de seriedade e humanismo desenvolvido nessa segunda trama. Há um lado mais "x-man" (x-force no caso) que Wade precisa desenvolver para entrar em paz consigo mesmo em seu desejo de morte, bancando o herói para servir de exemplo a uma criança. Se fosse possível medir a porcentagem disto, diria que o filme é 70% escrachado como um besteirol repleto de assassinatos e 30% dramático e comovente. 

Deadpool 2 possui uma cena pós-créditos que eu humildemente achei genial. Não posso dar detalhes para não estragar a surpresa. Em suma, é um filme cômico adulto que vale a pena, e não dá indícios que terá continuação, assim como no final do primeiro Deadpool ele disse que no próximo filme o Cable apareceria. 

Como assisti o filme dublado, destaco a direção de dublagem, pois há traduções de piadas adaptadas para nossa realidade, que eu tenho certeza que não existem na versão original, mas que não alteram em nada o significado e deixam o filme bem mais engraçado. 

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Fabrício Lopes

Instagram: @Fabrsim