O episódio se inicia dentro de um quarto com uma mulher acordando sentada em uma cadeira. Sua aparência é cansada, ela demonstra estar confusa, sem se lembrar da própria identidade. Na casa onde ela está há televisores com um sÃmbolo estranho. Ao ir para fora, nossa personagem se depara com a rua vazia, porém nas janelas das casas vizinhas há pessoas com celulares nas mãos registrando cada passo que ela dava. A partir daà começa uma jornada para saber o que está acontecendo.
Durante todo esse tempo a mulher vai tendo flashes do seu passado e nele vemos a imagem de um homem e de uma criança que provavelmente é sua filha, pelo menos é o que nos dá a entender no começo. No meio do trajeto para descobrir o que está havendo, aparece um homem mascarado com uma touca que carrega o mesmo sÃmbolo que aparecia nas TVs dentro da casa. Então, ele saca uma arma e começa a atirar em direção à mulher, ela corre pedindo ajuda, mas as pessoas só tiram fotos e filmam sempre distante dela.
Na fuga, ela encontra dois jovens que a ajudam a despistar o mascarado, com eles ela fica sabendo que as pessoas da cidade sofreram um tipo de lavagem cerebral e por isso estão agindo daquela forma. Pra tentar mudar a situação eles precisam ir até o centro de transmissão chamado “White Bear” para destruir o local e libertar todos do controle mental.
O que não era esperado é que no final descobrimos que tudo não passa de um reality show e que o nome dessa mulher é Victoria Skillane, uma assassina perigosa que está condenada, juntamente com seu noivo, pelo assassinato de Jemima. Que por sinal são os personagens que aparecem em seus flashes. O noivo de Victoria, o Iain, se matou antes do julgamento e ela foi sentenciada a passar diariamente na busca pela sobrevivência dentro desse reality show.
Estamos vivendo em tempo de voyeurismo e de grande sensacionalismo também. Na série, a condenação não foi o suficiente, foi preciso fazer um show expondo ainda mais o problema. Isso provoca emoções nas pessoas e influencia seu modo de pensar. Era o que estava acontecendo com o publico retratado ali, e é o que acontece na realidade.
A sensação que tive no final foi de medo, de verdade. Medo porque a nossa realidade não é muito diferente, na verdade o que diferencia é a forma como o voyeurismo é realizado. As pessoas são diariamente assediadas pela mÃdia, pelas câmeras dos celulares e pelos olhares julgadores. A partir do momento em que colocam o celular na mão de uma pessoa, ela já se acha dona da verdade e influencia os mais fracos. E podemos interpretar dessa forma a mensagem passada nesse episódio.
Roteiro genial, escrito por Charlie Booker, Black Mirror nos chama para refletir sobre a sociedade. Cada detalhe é importante para o quebra-cabeça dessa história. Vale dizer também que ao assistir, me lembrei do filme O Show de Truman, estrelado por Jim Carrey, que por sinal gosto muito. A mensagem passada nos dois é parecida e nos remete a grandes reflexões.
Episódio 2
Temporada 2
Black Mirror
Bruna Domingos
Bruna Domingos