Dias de Foca: A relação do filme O Jornal com a profissão do jornalista


O filme O Jornal mostra exatamente tudo que já estudei sobre o dia a dia de um jornal impresso, tenho certeza que uma pessoa que não entende sobre a profissão se assustaria com toda correria que um jornalista vive. A pessoa que segue essa profissão tem que estar antenado e tentar inovar, usando a criatividade desde a manchete até o ponto final da matéria. Reconhecemos um potente jornalista através de seu texto e sua competência ao falar a verdade.

É preciso ter consciência e respeito sobre as atividades que serão desempenhadas, respeitar o seu lugar acima de tudo. Quando o jornalista trabalha na empresa de um jornal impresso, ele divide espaço com vários outros profissionais que tem objetivos em comum em diferentes assuntos. Diferentes assuntos porque cada um tem uma responsabilidade lá dentro, é como uma hierarquia. Mas tudo visando o interesse coletivo, pois é impossível fazer jornal com profissionais que pensam de uma forma individual. Ajudar o próximo sempre que possível porque como todos sabem, vivemos sob uma constante pressão, principalmente quando se trata de tempo e prazos.

No jornal impresso essa pressão é bem intensa, principalmente se for jornal grande e de nome. Ao assistir o filme O Jornal, foi possível entender ainda mais essa característica, pois Henry, o jornalista e personagem principal, enfrenta pressão de todos os lados, tanto no trabalho quanto na família. Pois essa profissão precisa de toda dedicação possível, há pessoas que confiam no que um jornalista diz, por isso é tão importante investigar tudo com cuidado, para que a verdade seja clara e direta. Porém, quando isso começa a interferir no relacionamento com os familiares, tudo fica mais complicado. Pois, como viver 100% para o trabalho que amo e esquecer minha família? Impossível, e isso é mostrado no filme. Henry encontra bastante dificuldade em conciliar seu trabalho com a responsabilidade de cuidar da sua família.

Foi admirável ver o comprometimento que ele, Henry, tinha com o seu papel no jornal The Sun. Sua curiosidade e esperteza lhe rendeu uma importante matéria, ele viu que poderia dar credibilidade para o jornal e ao mesmo tempo salvar a vida de duas pessoas que estavam sofrendo uma injustiça, dessa forma não mediu esforços para conseguir o que queria e foi atrás de respostas. Isso se encaixa perfeitamente no perfil do jornalista. Credibilidade acima de tudo.

Também foi possível identificar o interesse coletivo no filme, pois ali é um dependendo do trabalho do outro, é aquele ponto que sempre tocamos como exemplo: Sem um bom texto o fotojornalista  não vai poder publicar sua foto e sem uma boa foto fica difícil pro jornalista dar um pouco mais de vida a sua matéria. Por isso a importância de sempre trabalhar em conjunto mesmo que as responsabilidades sejam diferentes.

Hoje em dia ainda encontramos no jornal impresso profissionais responsáveis pela periodicidade, verdade e interesse coletivo. São itens que compõem as características de um bom jornal e de um bom jornalista.
Leia AQUI e entenda a coluna Dias de Foca
-Bruna Domingos

Resenha: Laços de Casamento

Titulo: Laços de Casamento
Autor: Igor Monteiro
Editora Casa Cultura
Páginas: 144

Sinopse: Eduardo é um garoto depressivo e tímido que tem um relacionamento difícil com o pai, um feirante gente boa, mas linha dura com o filho. Diferente do pai, o rapaz se dá bem com a mãe, uma dedicada e amorosa professora de primário, que até parecem irmãos, ao invés de mãe e filho. Eduardo detestava casamentos, os considerava fúteis e mentirosos, porém, como era menor de idade, se via obrigado a ir a todos eles. Em uma dessas cerimônias, conhece Bella, uma moça da mesma idade que ele, divertida e misteriosa, que pouco revelava sobre sua vida. Apesar da timidez de Eduardo em relação a beleza dela, os dois decidem ser amigos e começam a se encontrar nos casamentos em que Eduardo é obrigado a ir. Com ela, o rapaz volta a sorrir e melhora sua aparência, uma vez que só usava roupa preta e conservava uma franja horrível.

Resenha: Eduardo é um adolescente que vive naquela fase "depressiva" e que tem um relacionamento um pouco difícil com o pai. Esse seu comportamento fechado complica bastante quando se trata de ter uma vida mais social, algo que ligeiramente não tem.

Os pais de Eduardo, Seu Jane e Dona Iraci são servidores cristãos da igreja "Nazareno nos Últimos Dias", por esse motivo, para infelicidade do rapaz protagonista, quase todos os fins de semana eles são chamados para marcar presença em casamentos. Porém, em uma dessas cerimonias Eduardo conhece uma moça misteriosa chamada Bella. Linda e adorável, a jovem logo conquista o coração do rapaz.

Com os encontros frequentes em festas de casamento, a amizade entre os dois crescem de maneira rápida, Eduardo que costumava ser fechado começa a enxergar o mundo de maneira diferente, o que permite com que ele se sinta mais a vontade para falar sobre os seus sentimentos, mesmo sendo tão tímido.

Mas o conflito dessa história se dá por conta de alguns acontecimentos misteriosos que acabam afastando os dois amigos. Eduardo sempre persiste em entender o que se passa no "mundo" de Bella para que consiga declarar seu amor, porém algo pode atrapalhar e mudar o rumo da vida dos dois.

A dor estava tão forte que deu vontade de chorar, mas o garoto não gostava de fazer isso perto de ninguém, pois sentia vergonha, principalmente na frente da pessoa que estava apaixonado. 
É possível destacar vários pontos importantes em Laços de Casamento, a começar pela escrita e de como são colocadas as palavras, tendo assim um estilo próprio. Por ser a primeira obra do autor, isso é bastante positivo.

Os personagens têm características reais, não são perfeitos e é possível ver claramente pela descrição. Para exemplificar, eu vou usar os pais de Eduardo: Seu Jane, um homem trabalhador, careta e de pouca conversa. Em outro extremo vem a personalidade de Dona Iraci, uma dona de casa amorosa e com a mente mais aberta para entender os conflitos internos do filho. É um estereótipo de famílias mais tradicionais e numa visão geral o autor conseguiu deixar isso bem colocado no livro.

E já falando em descrição, acredito que o Igor Monteiro conseguiu ter bastante sucesso ao tentar passar a imagem dos cenários e das pessoas através das palavras, não te deixa perdido como acontece em alguns casos, quando o autor descreve tanto uma coisa que no final você já nem sabe o que ele está falando. Neste livro você tem uma noção de tudo que acontece ao redor dos personagens.

Eduardo e Bella são adoráveis e fortes, mesmo com as perdas. Acredito que essa história não poderia ter terminado de forma diferente.

-Bruna Domingos
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